Ansiedade, Burnout e Depressão são hoje as doenças mentais existentes em maior número no contexto corporativo.
Dados cedidos pela OMS (Organização Mundial de Saúde) mostram que 30% dos trabalhadores têm transtornos mentais e estão entre as principais causas de perdas de dias de trabalho no mundo.
Os casos leves causam em média perda de quatro dias de trabalho/ano e os graves cerca de 200 dias de trabalho/ano.
Outra informação importante é que a OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que os transtornos depressivos e de ansiedade custam US$ 1 trilhão à economia global a cada ano em perda de produtividade. Até 2030 serão 6 trilhões de dólares.
Esses dados trazem um pequeno, porém real, recorte da realidade dos trabalhados no mundo e sua saúde mental, uma realidade para a qual não podemos fechar os olhos e ignorar os cuidados.
Vem comigo nessa leitura e explore a síndrome de burnout ou síndrome do esgotamento profissional. Afinal informar-se é o primeiro passo para criar consciência sobre o que está acontecendo com você ou com alguém próximo a você que precisa de ajuda.
Como a pandemia de COVID-19 afetou as pessoas e empresas no contexto do burnout
Durante o período de pandemia as pessoas adoeceram muito de questões mentais e emocionais. Esse período de incertezas, inseguranças, medo e convívio diário com a morte, mesmo que pelos telejornais ou internet, só faziam agravar os casos de pessoas com transtornos de ansiedade, depressão, burnout, entre outros.
Com isso, as empresas precisaram olhar para suas posturas em relação ao assunto da saúde mental, bem como, fazer algo com isso.
Nesta época, começou-se a falar sobre emoções nos ambientes de trabalho… Ufa! Até que enfim as pessoas começaram a encontrar espaço para dizerem que estão tristes ou desanimadas, que se sentem ansiosas e estão com medo de que algo pior as aconteça.
Esses ambientes velados e repletos de “super-heróis” até então, começaram a dar espaço ao humano, ou seja, aos seres humanos que sentem coisas boas e ruins, passam por momentos fáceis e difíceis, têm dias bons e ruins e isso independe do seu comprometimento e do resultado.
Uma reportagem da revista Exame de 2022 trouxe os dados de uma pesquisa que mostra que 92% dos brasileiros priorizam empresas que oferecem algum tipo de serviço ou programa voltado às questões de saúde mental.
As demandas mudaram e as empresas que quiserem continuar competitivas devem se atualizar, acolhendo essas mudanças e esse novo perfil de profissional.
Hoje o profissional quer que o trabalho seja um local de promoção de saúde mental e não um ambiente tóxico e adoecedor.
Burnout: o que é e o que fazer quando a pilha acaba?
Você já se sentiu exausto, como se sua pilha tivesse acabado? E não é aquele cansaço que você dorme e sente que descansou, mas sim um cansaço que você dorme, passa um final de semana mais tranquilo e sente que não descansou nada… Esses casos exigem atenção, pois têm todos os sintomas do burnout.
O burnout não é uma doença, mas uma síndrome, pois ele não tem uma única causa, mas sim diversas. Para que ele seja classificado como doença, ele teria que ter uma única causa.
A partir de 2022 o burnout passou a ser considerado um fenômeno ocupacional pela CID, que é o manual de doenças do trabalho.
Os números de burnout cresceram tanto nos últimos anos que os especialistas entenderam sua importância de ser classificado como um fenômeno ocupacional, podendo assim profissionais se afastarem de seus trabalhos por apresentarem esse quadro.
Pessoas em burnout sentem-se exaustas, sem energia ou pique para fazer as coisas.
É como se a pilha tivesse acabado e, na verdade, acabou, pois a exaustão não é um cansaço que você resolve com uma boa noite de sono, mas sim com tratamento psicoterápico e em alguns casos medicamentoso.
Exaustão, despersonalização e baixa produtividade são características-chave no quadro de burnout, lembrando que existem outros sintomas como irritabilidade, dificuldade de concentrar-se, falhas de memória, ausências ao trabalho, depressão e ansiedade, insônia, etc
Outro ponto importante para o diagnóstico de burnout é que as causas do adoecimento são decorrentes do trabalho (relações e ambientes de trabalho), caso contrário não estamos falando de um quadro de burnout.
Qual é o papel da liderança e do ambiente de trabalho no burnout?
Uma dúvida frequente é: líderes podem adoecer seus liderados?
A resposta é SIM! Os líderes não são 100% responsáveis pelo adoecimento de seus colaboradores, porém pela sua capacidade de influência, ele pode sim colaborar com a evolução desses quadros.
Líderes tóxicos geram colaboradores adoecidos! É muito difícil estar perto de um líder assim e não adoecer, a não ser que você saia dessa relação ou saiba colocar limites nela muito bem estabelecidos.
Líderes que usam uma comunicação violenta baseada em julgamento, retaliação, diminuição do bom/valor e cheios de críticas negativas, é um líder adoecedor.
Ambientes com muita pressão, cobrança excessiva por resultados, críticas em demasia, pouco olhar para o ser humano, também são adoecedores e aliados para a evolução do burnout. É muito difícil não adoecer em um ambiente assim, pois vai contra o processo saudável de vida humana.
Burnout tem cura?
Sim! O burnout não é uma condição crônica. Se tratado, tem cura.
O tratamento pode acontecer através da associação de práticas como: psicoterapia, medicamentos (quando necessário), exercício físico, meditação, prática de yoga, prática da gratidão, ressignificação e alteração de crenças, entre outros.
Em casos mais graves, o afastamento da empresa ou do cargo será necessário e em casos graves o pedido de demissão acontecerá.
Existem várias possibilidades para tratar o burnout de acordo com o grau que ele se apresenta, então não ignore os sintomas e faça a sua parte para retomar o seu bem-estar e a sua energia física e mental.
Conclusão
O burnout é uma síndrome que sempre existiu, porém após a pandemia ganhou “fama” devido ao grande número de pessoas adoecidas por ele.
Estar com burnout não é brincadeira, não é frescura e não é fraqueza ou fracasso, mas sim algo sério que precisa ser tratado, pois gera muito sofrimento psíquico, físico e cognitivo.
Não ignore os sintomas, mas observe-os e se eles persistirem, procure um psicólogo ou um psiquiatra que poderá te ajudar a entender o que você está passando e te auxiliar com um tratamento adequado.
Você não nasceu com burnout, então não está fadado a morrer com ele. Procure ajuda e se cuide. A mudança em seu estilo de vida faz-se necessária para que você se reestabeleça.
Forte abraço e até próximo post,
Cris