Sentada na cadeira da mesa de jantar, diante de uma janela imensa que me leva a belíssimas árvores que expressam a vida no outono, paro e penso na sabedoria da natureza. Ela deixa fluir a sua estação, retirando leve e gentilmente das árvores cada folha que chegará ao chão e secará. Não há intervenção nenhuma nesse momento, por isso que ele se faz com tanta leveza.
O outono é simplesmente o outono.
E nós, será que somos simplesmente nós mesmos?
Ainda sentada na cadeira da mesa de jantar, sinto meus sentimentos e emoções fluindo como as folhas que caem das árvores no outono. Um dia, por já estarem maduras, elas secarão. Contudo, ressurgirão na próxima primavera, com muito mais cor, vida, brilho e leveza para que o ciclo de vida saudável aconteça.
Diante de toda essa reflexão, paro e penso que o outono é, de fato, uma estação muito rica. E, de repente, também me questiono: “por que será que, atualmente, temos mais invernos do que outonos nas organizações?”.
Por que, ao invés de flores ganhando uma nova coloração e caindo livremente até chegarem ao chão, temos árvores secas como reflexo de um inverno frio e denso?
No hábitat corporativo, as pessoas interveem de forma improdutiva no movimento fluídico do ser. Assim, elas bloqueiam o seu processo criativo, a sua exposição de ideias e opiniões, suas habilidades natas e a sua autenticidade. Enfim, a sua liberdade.
Liberdade? O que é isso?
Quando falo em liberdade, me vem à mente um trecho do filme “A Bela e a Fera”. Nele, a Fera, já apaixonada pela Bela, diz-lhe que gostaria de vê-la feliz. A Bela, gentilmente, responde: “mas como eu posso ser feliz se eu não estou livre?”.
A liberdade é um estado de ser. Além disso, ela é componente fundamental para a felicidade. Por isso mesmo acredito que as árvores do outono só fazem o seu momento com tanta leveza porque estão livres para fazê-lo.
Por que as organizações precisam de mais “outonos”?
Isso é imprescindível para que o movimento de troca colaborativa flua livremente, proporcionando crescimento mútuo. Além disso, também é importante para que não nos esqueçamos que o ser humano é único e, por isso, tem seu próprio outono. Devemos considerá-lo com muita gentileza e respeito.
Vamos trabalhar para que tenhamos mais outonos do que invernos nas nossas organizações. Vamos fazer o nosso melhor para mostrarmos cada vez mais o nosso potencial, sem interferências improdutivas ou imposições.
Tá, mas e a felicidade, o que é?
Não sei se um dia conseguiremos definir o que é felicidade. No entanto, tenho certeza de que ela está diretamente ligada à liberdade de ser e fazer o seu outono da melhor forma que você pode.
Forte abraço e até o próximo post!
Cris